Meu fim sou eu
Ah! Miséria intelectual de nossas vidas.
Perde-se o pensamento na automação do cotidiano.
Abismo das almas
Futilidades, a forte muralha se mostra erguida
Oh! Tempos infames de banalidades
Põe-se o coração no bolso, converte-se o espírito em carne
Chama-se sabedoria a aviltamento
Temos aí então, orgulhosos e austeros, tempos modernos
Oh! Sociedade negra que tanto me perturba.
Com uma mulher elevou-me o orgulho
Com bonitas vestes me fez a propaganda
Em troca, tirou-me a identidade e logo meu pensamento
Num dia qualquer de meu cotidiano continuo, imutável, tive o vislumbre destes pensamentos. Mas foi um segundo só, segundo apenas, e este já agora passou.
E aos poucos volto ao meu estado normal e antinatural. Sou agora este ciborgue social da era da comunicação. Do lado de fora do metrô pode se observar toda a minha singularidade. Com meu olhar no nada, munido de meus fones, mudo, não vendo nada que possa estar a minha volta.
Sou mais um ponto de egoísmo na era da globalização.
Ponto final em minha existência, num mundo onde a razão adormece e torna-se instinto.
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