sexta-feira, 18 de junho de 2010

Luto por Saramago.


"O homem fraco teme a morte, o desgraçado a chama; o valente a procura. Só o sensato a espera."

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Do ódio a exaustão



Odeio-te. Pois te esperei, atento e ansioso
Porque em cada movimento de porta que se abria
Eu, como um cachorro a abanar o rabo, mostrava-me esperançoso
Odeio-te pois apareceste em minha vida

E no final, odeio-me.

Odeio meus ideais, banais e descabidos que na tua lembrança contemplo
Porque nos devaneios de notívago construo em ti um templo
Que me mostra a impotência, a solidão, mas acima de tudo que não te mereço
Por fim, eu, em teu sorriso esmaeço.

E no final, odeio-me

Odeio o lindo rosto, o sorriso que brilha, a doce maldade no rosto de ninfa
Odeio o belo corpo, as mãos macias, incrustadas de belas unhas
Odeio a conversa, as idéias e todo esse nosso ensejo
Essa idéia de que contigo me identifico e em ti me vejo

E no final, odeio-me

Odeio querer ter voltado, te esperado
Transpor a barreira de ávido e invalido que sou
Ter te falado, do abalo profundo, do devaneio ao qual estou atrelado
Do pequeno desespero que me invade quando contigo não estou

E no final, odeio a todos que me dizem do contrario

Odeio todos que me falam de capacidade, inteligência
Odeio todos que ao meu lado se achegam para desabafar
Odeio todos que me pedem palavras outras que não as de violência
Odeio todos que me pedem para falar

E no final odeio-me

Odeio-te leitor medíocre. Pois te aproveitas de minhas idéias
Para ostentar uma aura intelectual que não te pertence
Não sabes o que é senso crítico, não pensas, tens diarréias
Odeio-te porque é a tua opinião que no final vence

E no final, encontro-me exausto

Cansado do egoísmo, da ignorância, do cinismo, do pseudo-realismo
Da ausência dos valores, da mediocridade, dos amores e todas suas dores
Da vaidade, da beleza da insanidade, de todas essa falsa piedade
Das quimeras, dos ideais, dos falsos marginais pseudo-iconoclastas e tudo o mais

Dos alienados, dos manipuladores, dos “coitados”,
Das mulheres e sua idéia de igualdade, da pseudoliberdade,
Dos homens e sua crise, de tudo que me dizem,
Cansado da sociedade, do governo, da humanidade

Cansado do discurso sustentável, do “mundo melhor”, da esperança inabalável
Da metafísica, da hermenêutica, de toda filosofia
Da política, dos grandes homens, toda essa balela ridícula
Do consumo, do sexo, do dinheiro, de estar sempre insatisfeito

Deste quarto pequeno e pavoroso, de minha solidão,
Deste emprego, desses patrões, desses padrões, desses paradigmas ladrões
Desta vida, da única mulher que me ama, dessa arma que me fita
Do cano gelado que em minha boca coloco, do tiro que disparo

Do sangue que jorra, da escuridão que se forma
Do corpo que cai, segundo derradeiro, vida que se va....

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Homens dignos da minha admiração

Flaubert


Balzac

Zakk Wilde

Charles Bukowski


Gabriel Garcia Marques

Machado de Assis


Nikos Kazantzakis


João Ubaldo

terça-feira, 15 de junho de 2010

Sobre os opostos que se atraem - Um pensamento


De todos os ditos do senso comum, um dos que considero mais absurdo é o de que num relacionamento os opostos se atraem. Balela das mais descabidas, dito de falsidade desvalida. Pois parece que todos estão presos desta cultura mediocre de que a vida tem de ser constituóda de um esquema bipolar. Na criação as crianças tem de ter dois modelos de pais seja de quem seja o papel, sempre há de ter o pai apaziguador e mãe severa ou o contrario, whereve, os namorados, para que sejam felizes, é necessário que um tenha o gênio forte e outro tem de ser manso e até mesmo nas melhores amizades acredita-se que essa "lei" seja necessária. Absurdo.
Um psicanalista uma vez disse que o meio-termo, o bom senso é o lugar mais mau frequentado da humanidade e que ele só ira reinar quando todas as outras possibilidades se esgotarem. Pois olhe a vossa volta e repare bem nos relacionamentos feitos baseando-se nesse modelo de opostos que se atraem e veja bem à longo prazo o que acontece com as pessoas envolvidas. No final acabam como os metais e os imãs, sempre juntos (talvez), mas frios, duros e sem vida.
Temos que deixar de nos apegar à esses conceitos falsos e muito perigosos.

Confissão sincera, poema disforme



Gostaria de te pedir que ficasse, que me beijasse
Dizer-te que não se fosses, para que não me deixasse
Que me tocasse com total liberdade e igual direito me desse
Que tua mão no rosto, que a proximidade com teu corpo durasse.
Dizer-te “encontra-me à meia-noite e beija-me”, sim! Seria esse ,meu melhor desenlace.

Pensava em você, na noite briguei com uma página em branco e exausto, abandonei toda a métrica, a rima e o compaço. Logo eu, que tanto jeito tenho com as palavras, me faltaram as mesmas quando se trataram de ti. Então de forma simplória digo-te o que se passa cá dentro.
Me arrependo a cada noite em que na despedida, tudo que queria era pedir que o beijo no rosto a mão na nuca durasse mais alguns instantes. E tudo que eu queria era dizer-te que te quero, sim te quero, com todas as minhas forças, nem mesmo que seja para um único beijo fugaz de uma noite.
Então percebo quão fundos são meus sentimentos. Pois o que flagrei batendo cá dentro, não era o mesmo que vinha de ti.
Então me resigno a nem mesmo tentar falar-lhe que, posso estar deixando passar a mulher mais fantástica que já se passou pela minha vida. Mas me parece que isso é um processo cíclico em minha vida, sempre hei de desejar algo que não posso ter. O que me sobra nesse interím é uma confissão sincera e um poema disforme.

"And I'd give up forever to touch you"