terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Sobre o Individuo estranho, gênio ou depressivo.


"... os objetivos da vida dum grande homem são diversos dos teus - não consiste na acumulação de bens [roupas, carro, todo o tipo de estética inútil-nt de O quarto cavaleiro.], nem no casamento adequado das filhas [isso para nossos dias de hoje seria o comportamento perante os outros, a opnião que formaram sobre ti atraves da observação do teu comportamento-nt de O quarto cavaleiro.] nem na sua carreira política [um cargo importante para um ser medíocre -nt de O quarto cavaleiro.] , nem na obtenção de honras acadêmicas do Premio Nobel[aparências de todo tipo]. E porque como não é como tu chamas-lhe 'gênio ou excêntrico' [depressivo, também entra nessa classe-nt de O quarto cavaleiro.]. Mas o grande homem apenas se reserva o direito de ser um ser humano. Chamas-lhe 'a-social', porque prefere seu gabinete de trabalho ou seu laboratório, a sua linha de pensamento e o seu trabalho às tuas festinhas ridículas destituídas de sentido. Chamas-lhe 'louco' porque prefere gastar dinheiro na investigação científica em vez de comprar ações ou outros bens. Na tua degenerescência, Zé Ninguém, ousas considerá-lo como 'anormal' o homem simplesmente reto, pois que o comparas contigo, o protótipo da 'normalidade', o 'homo normalis'. Ao medi-lo com a tua medida estreita não lhe encontras as dimensões da normalidade. Nem entendes, Zé Ninguém, que és tu que o afastas das tuas reuniõezinhas sociais, que apenas lhe são insuportáveis, quer nas tabernas [bares para os dias atuais] quer nos salões de baile [baladas para os dias de hoje](...) És tu Zé Ninguém, que o condenas à solidão, não à solidão que gera grandes obras, mas à solidão do temor da incopreensão e do ódio. Porque tu é 'povo', a 'opnião publica e a 'consciência social'." Escuta Zé Ninguém - Wilhelm Reich 1945

Quem condena o "intelectual", o "filósofo", o "depressivo" a solidão da incompreensão, ele mesmo ou a tua estreita medida irreal de "normalidade"?
Se uma obra de 64 anos te condena ainda hoje, a mediocridade é a melhor qualidade que ainda pode lhe restar Zé Mané.

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